ELA É LINDA, inteligente, divertida e, com raríssimas exceções, ganharia de você que está lendo este texto em uma partida de xadrez. Estamos falando da WGM Natalia Andreevna Pogonina, de 25 anos, que nos concedeu a entrevista publicada abaixo, inaugurando assim a ‘franquia’ internacional da Rádio Xadrez!
Moradora da cidade de Saratov, Rússia, Pogonina foi considerada, em 2009, pela Associação Profissional de Xadrez (PCA, sigla em inglês), uma das três enxadristas de maior sucesso no mundo. Com 2.491 pontos de ELO-FIDE na lista de setembro (já teve 2501), ela defendeu o 1º tabuleiro da Rússia-2 na Olimpíada de Xadrez 2010.
Natalia (ou Natalija) é geralmente lembrada pela sua beleza e simpatia, qualidades aliadas a excelentes resultados nos tabuleiros. Ela é três vezes campeã europeia (sub-16 e sub-18 duas vezes) e tem medalhas de bronze no Campeonato Mundial sub-18 e no Campeonato Europeu Feminino, além de uma medalha de ouro nos Jogos dos Esportes da Mente, disputados em Pequim, na China, em 2008, nos quais o GM brasileiro Alexandr Fier também participou.
Com mais de 34 mil seguidores no Twitter, perfil no Facebook e um site/blog atualizado quase que diariamente, Pogonina se destaca pela sua atuação maciça e engajada em prol do esporte. Casada, mãe do pequeno Nikolai, de 10 meses, a WGM reservou um tempo em sua agenda para conversar com a Rádio Xadrez, alguns dias antes de embarcar para Khanty-Mansiysk, na Sibéria.
Formada em Direito e cursando mestrado na Saratov State Academy of Law, Natalia leva um trabalho à parte, quase em segredo, que vai causar burburinhos nas comunidades de xadrez mundo afora: ela está escrevendo o livro Chess Kamasutra, isso mesmo, o Kamasutra do xadrez, que ensinará xadrez usando analogias com o sexo (e vice-versa, ela afirma!).
Aquela imagem antiga, propagada possivelmente pelos filmes hollywoodianos que retratam a Guerra Fria, de que os russos são introspectivos, frios e, em alguns casos, um tanto quanto mal-humorados, vai ser deixada facilmente de lado quando você ler esta entrevista. Mesmo morando em um país gélido, Natalia está sempre com um sorriso brilhante no rosto, derretendo geleiras dentro e fora dos tabuleiros.
Natalia, estamos muito felizes por você aceitar conversar conosco e criar uma chance para os fãs brasileiros te conhecerem melhor! A Rádio Xadrez agradece sua gentileza e deseja todo sucesso em sua carreira e vida pessoal! (Tiago)
E aproveito este espaço para dizer que é um prazer incomensurável ter feito nossa primeira entrevista internacional com você! Desde então, você tem toda a minha admiração e carinho. Ligue-me quando estiver no Brasil ;-) (Leandro)
* Colaboraram na realização desta entrevista Helena Rati e Peter Zhdanov
Rádio Xadrez - Temos a impressão, vendo suas fotos em seu site oficial, que você poderia muito bem ser uma patinadora no gelo ou ginasta olímpica. Sempre foi só xadrez ou você também se interessa por outros esportes?
Natalia Pogonina - Eu sou uma ávida fã de esportes e gosto de assistir quase todos os tipos de transmissão. Também adoro jogar futebol, basquete, vôlei, andar de skate e dançar.
RX - Sempre ouvimos aqui na América que há milhões e milhões de crianças jogando xadrez na Rússia. Isso nos leva a pensar que os bebês já nascem segurando peças, relógios e babadores com autógrafos de Mikhail Tal, Alexander Alekhine ou algo parecido. Você joga desde pequena ou levou algum tempo para descobrir esse jogo?
NP - Assim como grande parte dos GMs, eu aprendi a jogar xadrez relativamente cedo - com cinco anos. Desde os 12, depois de vencer o Campeonato Russo pela primeira vez, eu passei a me considerar uma semi-profissional no xadrez e decidi me tornar profissional alguns anos depois.
RX - Na sua família há bons jogadores também? Você tem irmãos?
NP - Meus pais não gostam muito de xadrez e eu não tenho irmãos.
RX - Às vezes, uma competição familiar, ou mesmo considerar o irmão mais apto do que você, pode ser um pouco desestimulante. Você acha que ter uma família de enxadristas ajuda ou atrapalha no desenvolvimento do jogo? O caso da família Polgar é uma exceção ou, geralmente, pais e irmãos jogando favorecem seu desempenho?
NP - Quando dois irmãos começam a jogar xadrez, normalmente um dos dois evolui bem mais rápido do que o outro, e o jogador mais fraco abandona o jogo. É claro, existem exceções, por exemplo, as irmãs Polgar ou as irmãs Kosintseva, mas elas são muito raras. Em termos de progresso, ter acesso a bons torneios, treinamento e amigos no xadrez são mais importantes do que ter um parente que joga.
RX - Você teve um filho recentemente. Já pensa em como vai ser ensiná-lo a jogar xadrez, como serão os primeiros campeonatos dele? Como a vontade dos pais pode contribuir e não se tornar uma pressão nesse caso?
NP - Enquanto muita gente espera que o Nikolai se torne um forte mestre no xadrez, nem o Peter [Peter Zhdanov, seu marido, 2010 Elo-FIDE] nem eu temos expectativas especiais para ele. Nós vamos ensiná-lo a jogar, mas o deixaremos escolher sua própria ocupação. Não há necessidade de tentar criar um prodígio do xadrez artificialmente. Quem sabe se ele terá algum interesse por xadrez?
RX - Natalia, há algo muito importante que deveríamos ter perguntado logo no início. Somos bastante egocêntricos aqui, então queremos saber: o que você conhece sobre o Brasil? Nós conhecemos muito sobre a Rússia e sobre você, particularmente, portanto, não nos decepcione!
NP - Para mim, o Brasil está associado com o sol, com pessoas amigáveis (eu ocasionalmente converso via chat com fãs de xadrez do Brasil, pelo Facebook e pelo Twitter) e, é claro, com jogadores de futebol lendários! :-) Eu também já publiquei números sobre o xadrez brasileiro no meu blog.
RX - A Rússia é o berço do xadrez! Sempre se ouve isso aqui na América e cria-se uma ilusão de que, ao visitarmos Moscou ou São Petersburgo [maiores cidades russas em números populacionais], veremos meninos jogando xadrez nas ruas assim como vemos crianças brasileiras jogando futebol. Entretanto, um amigo visitou o seu país recentemente e disse ter ficado um pouco decepcionado porque ele não viu muitas pessoas jogando xadrez nas ruas e praças, não viu lojas específicas de xadrez, nem estátuas e bustos de Kasparov, Tahl, Botvinnik e Pogonina. Onde se escondem os enxadristas da Rússia? Como é o xadrez de base em seu país?
NP - Hoje em dia, o xadrez é um jogo mais da internet do que de parques ou cafés. É claro, ainda existem jogadores da “velha escola” que se reúnem em clubes locais e jogam durante todo o dia, mas essa ótima cultura está se extinguindo, infelizmente. Além disso, o xadrez não é tão popular agora na Rússia quanto era nos dias da União Soviética, mas, ainda assim, mais ou menos metade da população sabe jogar. Sem contar que a Rússia é a única super potência no xadrez...
RX - O apoio financeiro para evoluir no esporte é realmente significativo em seu país?
NP - Apoio financeiro é fundamental, é claro, já que sem ele as pessoas não têm motivação o suficiente para se dedicar ao esporte e são forçadas a abandoná-lo por não poderem sustentar suas famílias. Felizmente, apesar de não ganharmos como estrelas do futebol ou do hóquei, ainda é possível viver de xadrez na Rússia.
RX - Você é mulher (uma linda mulher, a propósito) e mesmo que nós da Rádio Xadrez sejamos partidários da idéia de que homem e mulher podem competir no mesmo patamar, ainda se ouve muitas piadinhas sobre isso. Temos certeza de que você também já ouviu e essa pergunta é necessária: você prefere enfrentar homens ou mulheres?
NP - Obrigada! Na verdade, é bem difícil para mulheres competir com homens no xadrez (eu já escrevi um artigo para o ChessBase sobre esse assunto). Jogos contra mulheres são mais tensos, mais emocionais, porém mais erros são cometidos neles. De maneira geral, minha agenda é composta principalmente por eventos top femininos (como Campeonato Mundial, Olimpíada de Xadrez, Superfinal Russa, Campeonato Europeu etc.), então dou muito valor a oportunidade de enfrentar jogadores fortes do masculino de vez em quando. Porém, isso não acontece com frequência.
RX - Você pode contar alguma história engraçada de como foi derrotar algum machista preconceituoso, em alguma de suas partidas?
NP - É claro, eu já derrotei alguns homens machistas na minha carreira enxadrística, mas não tive a chance de enfrentar o lendário Victor Korchnoi, por exemplo. Ele é conhecido como o ofensor número 1 das mulheres, quando elas ganham ou empatam contra ele. :-)
RX – As brasileiras reclamam que há menos torneios femininos, menos incentivos. Recentemente, entrevistamos nossa #1, WFM Vanessa Feliciano, que disse preferir jogar com homens, porque no xadrez feminino a pressão psicológica é maior. Você concorda?
NP - É verdade, existem menos eventos femininos, os prêmios são menores etc. Além disso, para evoluir, o enxadrista precisa jogar contra oponentes melhores, e, atualmente, mesmo os supertorneios entre mulheres, garantem apenas jogadoras com 2500 de média de ELO. Assim, é preciso jogar contra homens para evoluir e elevar o rating acima disso.
RX - O nervosismo aumenta quando se está diante de uma WGM Alexandra Kosteniuk ou de um GM Magnus Carlsen? O que você pensa a respeito?
NP - A Alexandra é uma grande amiga minha. E por que eu deveria ficar nervosa enfrentando o Carlsen? Eu não recusaria a tentativa de jogar contra ele, se a Rádio Xadrez conseguisse convencê-lo a me enfrentar! :-)
RX - Temos um quadro na Rádio Xadrez que é uma brincadeira por causa de duas palavras iguais da língua portuguesa (uma delas é uma gíria) com significados diferentes: xadrez (o jogo) também quer dizer prisão ou cadeia (na gíria). Então sempre perguntamos ao entrevistado: “quem do (universo do) xadrez você mandaria para o xadrez?” O que você responderia?
NP - Isso me lembra uma anedota sobre Bobby Fischer, que foi visitado na prisão pelo seu amigo e rival Boris Spassky. Dizem que Fischer falou que, naquelas circunstâncias, preferiria ter encontrado a Alexandra Kosteniuk no lugar do Boris. :-)
RX - Outro quadro é a pergunta “Qual GM brasileiro é o mais bonito?”. Sabemos que nenhum deles é, mas isso melhora o ego dos nossos jogadores! Encaminhamos uma foto de cada um deles para você, qual foi seu preferido?
NP - Havia um concurso on-line de beleza para o xadrez feminino, mas eu nunca ouvi falar de um desses para homens! Com certeza os GMs brasileiros se sairiam bem nele! Cada um deles é atraente a sua maneira, especialmente em seus sobrenomes: Fier, como "Fogo" [fire, em inglês], Diamant, como diamante [diamond, em inglês], Lima, como a fruta [lime, em inglês] e por aí vai.
RX - Você é uma grande incentivadora do xadrez e tem utilizado meios, digamos, informais para divulgar o esporte (blog, facebook, twitter etc.). Nós apreciamos muito isso porque é algo que também tentamos fazer com a Rádio Xadrez, pois sabemos que o apoio ainda é pequeno, principalmente no Brasil. Se você fosse brasileira e estivesse em nossa situação, que tipo de conselhos você daria para os jogadores do nosso País superarem esses obstáculos?
NP - Provavelmente, o passo mais difícil é o primeiro. As pessoas costumam pensar "nada depende de mim, o que uma única pessoa pode fazer?". Porém, hoje em dia, o papel das personalidades é extremamente importante na nossa sociedade. Se uma pessoa ama o xadrez, ela pode ajudar a promover o jogo através de um bom desempenho, escrevendo artigos, ensinando a crianças, tendo blogs, atraindo patrocínios, escrevendo livros e de vários outros jeitos. Nunca desista, confie em si mesmo e vá em direção à vitória! ;-)
RX - A propósito, falando em não desistir, você poderia seguir nossos perfis no Twitter e nos mandar um beijo por lá, @tasantos e @llsalles?
NP - [Risos] Ok, já estou seguindo vocês :-)
RX - Você escreveu um excelente artigo recentemente que teve uma imensa repercussão positiva por aqui (Getting Better in Chess: The Critical Mistake to Avoid). Pode nos dar umas dicas extras, que não apareceram por lá?
NP - Obrigada pela atenção, meninos! Tenho publicado uma série de artigos interessantes (eu espero que sejam pelo menos) no site www.pogonina.com, sem falar nas publicações em outros portais de xadrez (como minha coluna semanal no Chess.com, da qual vocês falaram). As pessoas que gostam particularmente dos meus artigos não terão dificuldade para encontrá-los.
RX - Na verdade, estamos bem mais interessados em saber quando sairá o Chess Kamasutra, o livro que você está escrevendo que faz analogias entre xadrez e sexo. Pode adiantar algo que estará no livro?
NP - Envergonho-me de confessar a vocês que eu ainda não tive tempo de finalizar o livro. Torneios, projetos, um filho de 10 meses - com tudo isso é impossível se concentrar o suficiente em um assunto tão sofisticado quanto o Kamasutra do xadrez.
RX - Natalia, nos dê uma boa notícia: quando você virá ao Brasil? Ou, como podemos ter aulas, palestras e simultâneas com você? Ou, ainda melhor, quando poderemos tomar um café juntos?
NP - Estou aberta a convites interessantes, mas normalmente tenho uma agenda cheia de eventos planejados com um ano de antecedência. No entanto, há um ditado que diz "perguntar não machuca". Se quem estiver lendo isso for um organizador, sinta-se à vontade para me contatar pelo e-mail natalia@pogonina.com
RX - Há enquetes em seu site e queremos saber as suas respostas nelas. Vamos lá: você faz sexo durante os torneios?
RX - Você joga pôquer?
NP - Jogo.
RX - Qual seu jogador de xadrez preferido?
NP - Em termos de estilo de jogo, [GM Veselin] Topalov. Em termos de personalidade, não quero dizer um nome porque muitos jogadores tops são meus amigos.
RX - Qual sua opinião sobre concursos de beleza no universo enxadrístico?
NP - São divertidos e benéficos por promoverem o jogo, desde que sejam justos e organizados adequadamente.
RX - Karpov ou Kirsan, qual sua opinião para as eleições da FIDE?
NP - Vamos descobrir a resposta para essa pergunta em breve. Muitos têm me perguntado diariamente sobre esse confronto, estou um pouco cansada de comentar a política no xadrez.
RX - Alexandre Kosteniuk já posou para um ensaio sensual de uma revista. Você aceitaria fazer um ensaio sexy também?
NP - Em geral, sou uma garota bastante modesta (não quem vocês esperariam ser a autora do Kamasutra do xadrez!). Então, mesmo que eu concordasse, seria um ensaio erótico leve apenas, não essas imagens do tipo pornográficas que encontramos em algumas revistas.
RX - Temos alguns amigos bem invejosos que não vão acreditar que estamos falando com - a partir de agora - a musa máxima da Rádio Xadrez! Por favor, seria um presente para nós se você pudesse gravar um vídeo, dizendo como foi ter respondido às perguntas da Rádio Xadrez e mandando um beijo especial para mim (Tiago). O Leandro você pode deixar de fora...
NP - [Risos] Eu adoraria fazer isso por você, Tiago, mas estou muito ocupada me preparando para a Olimpíada, que estão quase começando! Terei de mandar apenas beijos virtuais dessa vez!: mwah
RX - Natalia Pogonina, boa sorte na Olimpíada de Xadrez! Vamos torcer muito para o Brasil, naturalmente, e, em segundo lugar, para a Rússia-2!
NP - Muito obrigada pela torcida e acredito que o Brasil fará uma boa performance na Olimpíada!
SHE IS BEAUTIFUL, smart, fun and, with very rare exceptions, would beat you, reader, in a chess game. We are talking about the WGM Natalia Andreevna Pogonina, 25 years old, who gave us the interview published below, inaugurating Radio Xadrez's international franchise!
Resident of Saratov, in Russia, Pogonina was considered, in 2009 by the PCA, one of the three most successful chess players in the world. With 2.491 ELO-FIDE points on the September list (she's had up to 2501), she defended the #1 board of Russia-2 in the Chess Olympics.
Natalia (or Natalija) is usually remembered by her beauty and sympathy, qualities which are allied with excellent results on the boards. She is three-times European champion (U16, twice U18), bronze prize winner at the World Championship (U18) and European Women Championship, winner of the gold medal at the 1st International Mind Sports Games played in Beijing, China, in 2008, of which the Brazilian Alexandr Fier was also part.
With more than 34 thousand followers on Twitter, a profile on Facebook and a site that's updated almost daily, Pogonina stands out for her massive and solid actions for the sport. Married and the mother of 10 month old Nikolai, the WGM reserved some time in her schedule to talk to Radio Xadrez, a few days before she boarded to Khanty-Mansiysk, in Siberia.
With a degree in Law and taking a master's degree at Saratov State Academy of Law, Natalia takes on a separate work, almost in secrecy, that will cause a fuss in the chess communities all around the world: she's writing the book "Chess Kamasutra", which will teach chess using sex analogies (and vice versa, she says).
That very old fashioned image, spreaded possibly by Hollywood movies who portray the Cold War, that shows Russians as introspective, cold, and in some cases, somewhat grumpy, will be easily left behind when you read this interview. Even living in a freezing country, Natalia always has a bright smile on her face, melting away the glaciers on and off the boards.
Natalia, we´re extremely happy that you have accepted our invitation. It’s great to be able to have you as a guest and to provide this unique possibility for the Brazilian fans to get to know you better. Radio Xadrez appreciates your kindness and wishes you all success in your career and personal life! (Tiago)
And I'd like to utilize this space to say it's an immeasurable pleasure to have done our first international interview with you! From here on out, you have all my admiration and affection. Call me when you're in Brazil! ;-) (Leandro)
* Worked together to conduct this interview Helena Rati and Peter Zhdanov (photos). Thank you so much!
Radio Xadrez – First of all, we’d like to know: Have you always played chess exclusively or are you interested in any other sports? Looking through the pretty pictures on your website, we have a feeling that you could be a beautiful ice skater or an Olympic gymnast in Russia. Has it always been only chess? :-)
Natalia Pogonina - I am an avid sports fan and enjoy watching almost all types of sport broadcasts. Also love playing football, basketball, volleyball, skating and dancing.
RX - We’ve always heard in America that millions of children play chess in Russia. That leads us to think of babies who are born holding chess pieces, chess clocks and have autographs of Mikhail Tal or Alexander Alekhine on their onesies. Have you played since you were a little girl or did it take a while for you to find out about the game?
NP - As most grandmasters, I have learnt how to play chess at a relatively early age - at 5. Since 12 (after winning the Russian Championship) for the first time I started considering myself a chess semi-pro, and decided to become a chess professional a few years later.
RX - Are there other good chess players in your family? Your parents or a brother (do you have any siblings?)?
NP - My parents aren't keen on chess, neither do I have siblings.
RX - We ask that to know if you think having a family of chess players helps in the development of your game or if it gets in the way. Sometimes, competitiveness inside the family or even if one brother thinks the other one is a better player, it might be a little unexciting. Is the 'Polgar Family' an exception or do parents and siblings who play together usually enhance each other’s performances?
NP - When two brothers or sisters start playing chess, usually one of them progresses much faster than the other, and the weaker player leaves the game. OF course, there are exceptions (e.g. Polgar or Kosintseva sisters), but they are quite rare. In terms of progress, having access to proper tournaments, coaching, chess friends is more important than a chess-playing relative.
RX - You have recently had a kid, right? Do you think about how it will be to teach him to play chess, what will his first championships be like? Do you spend time thinking about that stuff? How can a parent’s will contribute and not become pressure in this situation?
NP - While many people expect Nikolai to become a strong chess master, neither Peter nor I have any special chess expectations towards him. We will teach him how to play, but let him choose his occupation himself. There's no need in trying to bring up a chess prodigy artificially. Who knows if he will be interested in chess at all?
RX - Natalia, there is something very important I should ask you from the beginning. We are very egotistical here, so we’d like to know: what do you know about Brazil? :-) We know a lot about Russia and you in particular! Don’t disappoint us! LOL
NP - To me Brazil is associated with sun, friendly people (I occasionally get to chat with chess fans from Brazil via Facebook and Twitter) and, of course, legendary soccer players! :) I have also published stats about Brazilian chess at my blog!
RX - One thing we know, for instance, is that Russia is chess’ crib! You hear that in America all the time and it creates this illusion that, visiting St. Petersburg or Moscow, we’ll see kids playing chess on the streets, just like we see Brazilian kids playing soccer. However, to my surprise, a friend of mine who recently visited your country was a tad disappointed. He didn’t see lots of people playing chess on the streets and squares or specialized chess stores or busts of Karpov, Kasparov, Tahl, Botvinnik and Pogonina ;-). Where do chess players hide in Russia? How is the basis of chess built there?
NP - Nowadays chess is more of an internet game than park or cafe. Of course, there are still old-school players who gather at a local club and blitz all day long, but this great culture is becoming extinct, alas. Also, chess is not as popular in Russia now as it was in the Soviet days, but still about half the population know how to play. Not to mention that Russia is the only real superpower in chess...
NP - Financial support is critical, of course, since without it people aren't motivated enough to take up on the sport, and are forced to leave it due to not being able to support a family. Luckily enough, although we don't have the earnings of soccer or hockey stars, one can still make a living playing chess.
RX - You are a woman (a beautiful one, by the way!) and knowing that we, at Radio Xadrez are supporters of the idea that man and women can compete in the same level, we still hear a lot of joking around about it. I’m sure you do also and that’s why we ask: do you prefer playing against women or man?
NP - Thanks! It's actually very hard for women to compete with men in chess (I have even written an article for ChessBase on this topic). Games against women are tenser, more emotional, thus there are more mistakes in them. Generally speaking, my schedule is mainly composed of top female events (like the World Championship, Chess Olympiad, Russian Superfinal, European Championship, etc.), so I cherish the opportunity to face strong male players from time to time. That doesn't happen often though.
RX - Can you tell us a funny story about how it felt to beat a sexist man is one of your games? :-)
NP - Of course, I did beat some sexist men in my chess career, but didn't have a chance to face the legendary Victor Korchnoi. He is known as the #1 insulter of women (who have either beaten him or drawn the game). :)
RX - Brazilian girls complain that there are less female tournaments, less incentive. We have recently interviewed our #1, WFM Vanessa Feliciano, who said she prefers to play with man, because in female chess the psychological pressure is stronger. Do you agree?
NP - It's true: there are relatively few women's events, the prizes are lower and so on. Also, to improve one needs to play against better opponents, and nowadays even the supertournaments among women can guarantee only about 2500 in average ELO of players, so one has to play men to improve beyond that stage.
RX - Do you get more nervous standing in front of WGM Alexandra Kosteniuk or GM Magnus Carlsen? How do you feel about that?
NP - Alexandra is a good friend of mine. And why should I be nervous standing in front of Carlsen? As to playing him - I wouldn't refuse trying that if you get him to do it :)
RX - We have a section on the Radio Xadrez show which is a pun with two words in Portuguese. You see, the word for “chess” (the game, “Xadrez” in Portuguese) is also used for “jail, incarceration”. Therefore, we always ask our guests: Who (from the chess universe) would you send to jail. What would your answer be? Who deserves a few days in prison?
NP - This reminded me of an anecdote about Bobby Fischer who has been visited by his friend and rival Boris Spassky in prison. Bobby was claimed to have said that he would have preferred to meet Alexandra Kosteniuk under these circumstances instead of Boris. :)
RX - Another section on the podcast is the question “Who is the best-looking Brazilian GM?” (We know none of them are good looking, but it boosts up our players’ egos!). I’ve forwarded you a picture of each one of them, which one is your favorite?
NP - There used to be an online chess beauty contest for women, but I have never heard of such an event for men! Brazilian GMs would definitely perform well there! Each of them is attractive in a way, especially their last names (Fier - just like fire, Diamant - diamond, Lima - like lime and so on).
RX - You’re a big supporter of chess and you have used “informal means”, if I may, to spread the sport, such as blogs, twitter, etc. We appreciate that very much, since it’s the same thing we try to do with Radio Xadrez, because we know the support is still small, especially in Brazil. If you were Brazilian and in our situation, what kind of advice would you give to players from our country to overcome those obstacles?
NP - Probably the hardest step is the first one. People often think "nothing depends on me, what can a single person do?". However, nowadays the role of personalities is extremely high in our society. If one loves chess, he/she may help promote the game by playing well, writing articles, teaching kids, blogging, attracting sponsors, writing books and by myriads of other ways! Never give up, trust in yourself and head to victory! ;-)
RX - By the way, could you follow our profiles and send us a kiss through there? We are @tasantos e @llsalles.
RX - By the way, could you follow our profiles and send us a kiss through there? We are @tasantos e @llsalles.
NP - Just did :)
RX - You have written an excellent article recently that had very positive repercussion around here (Getting Better in Chess: The Critical Mistake to Avoid). Could you give us some extra tips, that weren’t included in it?
NP - Thanks for paying attention! We are publishing a lot of (hopefully) interesting articles at http://pogonina.com, not to mention publications at other chess portal (like my weekly column at Chess.com that you are referring to). People who are particularly fond of my articles shouldn't have any trouble finding them ;-)
Rx - Actually, we´ve more interested in knowing when will Chess Kamasutra be coming out, can you give us something in advance from the book?
NP - I'm embarrassed to confess that I still can't find enough time to finalize the book. Tournaments, projects, a 10-months old kid - this doesn't allow one to concentrate sufficiently on such a sophisticated subject as Chess Kama Sutra.
RX - Natalia, give us good news: when are you coming to Brazil? How can we have lessons, lectures, simuls… or even have some drink with you at the bar? :-)
NP - I'm open for interesting invitations, but generally have a very tight schedule with lots of events planned a year ahead. However, there is a saying "asking never hurts". If you are an organizer who is reading this, feel free to contact me at natalia@pogonina.com.
RX - There is a Polls on your website and we want to know your own answers to it: do you have sex during tournaments?
NP – Sometimes.
RX - Do you play Poker?
NP – Yes.
RX - Who is your favorite active top player?
NP - In terms of chess style - Topalov, in terms of personality - I don't want to name one since I'm friends with a few top chess players.
RX - What is your attitude towards chess beauty contests?
NP - Entertaining and beneficial for promoting the game as long as they are run fairly and adequately.
RX - Karpov or Kirsan, what’s your opinion on the FIDE elections?
NP - We'll soon find out the answer to this question. I'm being asked about this political confrontation on a daily basis, somewhat tired of commenting on chess politics.
RX - Alexandra Kosteniuk has done sexy photos. Would you agree to do a sensual essay for a magazine?
NP - Generally speaking, I am a rather modest girl (not the one you would expect the author of Chess Kama Sutra to be!). So, even if I did agree, that would be some mild erotics, not the porn-type images one can find in some of the magazines.
RX - We have a few very envious friends who will not believe we are talking, starting today, to the greatest chess muse! Please, it would be a priceless gift to us if you could record a small amateur video, telling us what it was like to have answered Radio Xadrez’s questions and sending me a special kiss (Tiago). You can Leave Leandro out of that. :-)
NP - Haha, I'd love to do that, but am really busy preparing for the Olympiad that is just about to start! I'll have to send you guys virtual kisses instead! :mwah
6 comentários:
Awesome =0
Each of them is attractive in a way, especially their last names (Fier - just like fire, Diamant - diamond, Lima - like lime and so on).
kkkkkkkkkkkk
Você faz sexo durante os torneio?
Sometimes
hehuauheauhhuea :p
Brincadeiras a parte, foi boa a entrevista.
oi parabens vc é uma jogadora de primeira linha a entrevista ficou dez
Vocês podiam ter dito que a primeira foto desta postagem já é pornô!
Tomara que ela se case com um homem que não seja nada menos do que espetacular.
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