QUANDO MEQUINHO ESTAVA liderando o I Memorial Antonio Rocha, em Campinas, após vitórias expressivas sobre os GMs Andres Rodriguez (URU) e Diego Flores (ARG), muita gente pensou que ele iria vencer o torneio. Ele também.
Porém, para surpresa de seus fãs e demais enxadristas, o que parecia já ser fácil tomou um desfecho inesperado: Henrique Mecking, 59 anos, empatou cinco jogos contra adversários teoricamente mais fracos, entre eles, o penúltimo colocado Gabriel Ricardo Name, que possui 424 pontos de rating a menos do que o Grande Mestre, e, para agravar ainda mais, em uma partida que acabou em míseros 14 lances.
Muito se especulou, nos bastidores do torneio, sobre o que poderia ter acontecido. Cansaço? A volta da doença? Superstição ou medo de enfrentar adversários mais fracos? Vontade de superar apenas os Grandes Mestres? Falta de motivação, de combatividade? Até a mídia internacional, em matéria do Chessbase, chamou de “decepcionante” os resultados finais daquele que já havia sido o terceiro melhor jogador do mundo. E muitos jogadores, frustrados ou incrédulos com o que ele mesmo havia dito, dias antes, na Rádio Xadrez (clique para ouvir), começaram a questionar as palavras do gênio.
Interessado na verdade por trás desses acontecimentos, mandei um e-mail para Mequinho perguntando a versão dele sobre os fatos. Dois dias depois, ele me telefonou, dizendo preferir responder pessoalmente. Marcamos um novo horário e, no último dia 31 de janeiro, pontualmente às 21h30, Henrique Mecking teve comigo uma das mais claras, lúcidas e francas conversas, de todas que travei com ele até hoje. Parecia satisfeito, apesar dos reveses, com o que produziu em Campinas. Parecia confiante em si mesmo e em sua, como ele mesmo gosta de dizer, “recuperação completa”.
Por cerca de cinquenta minutos, contou-me tudo o que pensava sobre os fatos de Campinas, comentou sobre resultados de torneios recentes pelo mundo (o que comprova de que ele está, mais do que nunca, atento a tudo do cenário enxadrístico) e falou ainda sobre a jornada dos GMs brasileiros na Europa e de seus próprios desafios futuros.
Abaixo, transcrevo, na íntegra, esse bate-papo inédito com uma das maiores lendas que o xadrez brasileiro já produziu. E ele promete fazer ainda mais.
Rádio Xadrez - Em primeiro lugar, gostaria de perguntar se você acompanhou a excelente repercussão que sua entrevista teve, tanto no âmbito nacional quanto internacional [a entrevista foi republicada nos sites Chessdom, Blog da GM Susan Polgar, Blog do GM Kevin Spraggett, Blog da GM Alexandra Kosteniuk e Jornal Destak – RJ e Brasília, entre outros]?
Henrique Mecking - Sim, eu soube e fiquei muito contente, pois a entrevista teve uma repercussão muito boa, no Brasil e fora também. Fiquei muito feliz com isso, então obrigado a você e ao Leandro. É Leandro mesmo o nome dele, não é?
Rádio Xadrez – Sim, é. Agora, sobre Campinas, o que todos os enxadristas estão se perguntando é: você não acha, por exemplo, com todo respeito ao seu adversário, que você tem condições de derrotar ao Gabriel Name (2138)? Por que oferecer empate tão cedo, em apenas 14 lances?
HM - Eu fui bem claro quando disse acreditar que, depois que Jesus me curar totalmente, eu vou voltar mais ou menos para o mesmo lugar no ranking, como era na década de 70, quando eu era o terceiro melhor jogador do mundo. Por que eu falei ‘só depois de eu ficar bom’? É que, no momento, estou quase bom. Você vê que agora eu jogo bem melhor do que há um ano. Qual é a diferença entre estar bom e estar quase bom? Por exemplo, eu estando bom, como estava há 35 anos, eu conseguia jogar todas as partidas do torneio muito bem. No Interzonal de 1976, nas Filipinas, eu joguei toda a primeira metade do torneio sem fazer um erro grave. Eu não me cansava. Agora, há certas partidas nas quais eu não consigo jogar tão bem como nas outras. Foi o caso da partida com o Name. Eu não queria seguir variantes que dessem empate, porque eu estava lutando pelo primeiro lugar e queria ganhar a partida. Eu procurei evitar certas variantes que eu pensava que pudessem dar empate e, por causa disso, acabei em uma posição inferior. Aí, eu resolvi oferecer empate porque, se eu perdesse aquela partida, todas as minhas chances iriam por água abaixo. Realmente, os meus planos foram infelizes e ele jogou muito bem. Não importa se foram apenas 14 lances. Em uma posição mais crítica, se você fizer um lance errado, já pode ser um desastre.
Rádio Xadrez – Permita-me interrompê-lo um minuto para continuar nesse assunto depois. Qual você acha que é a diferença entre um Grande Mestre e um jogador comum? Eu digo, em que momento a força do Grande Mestre se difere da do jogador comum? Em que fase da partida?
HM - Em todas as fases. Alguns Grandes Mestres são mais fortes no final, outros no meio-jogo, outros na tática, outros na preparação da abertura...
Rádio Xadrez – Por isso mesmo, você não acha que, por ser mais forte em alguma fase da partida, iria vencê-lo ou superá-lo? Você não pensou que pudesse reverter o quadro, por ter mais experiência?
HM - Talvez, mas eu não estava um pouco inferior, eu estava bem inferior. A partida foi desastrosa para mim. Eu não queria entrar em determinado ramo, que eu achava que podia acabar em empate, e eu acabei entrando em outro ramo totalmente errado. Eu estava sofrendo muito. Eu achei que o empate era bom tendo em vista a posição nada boa para mim.
Rádio Xadrez - Você sentiu-se cansado durante o torneio e por isso empatou os jogos rapidamente?
HM - Eu estava sem inspiração. A miastenia gravis, acho que eu já contei, quando bate forte é como um carro que falta gasolina. A única coisa que desejo é me trancar no quarto, ficar no escuro e não ver mais ninguém. Aquele dia eu estava sem ideias, cansado, porque eu tinha tido um problema pessoal. Eu estava comprando um apartamento e isso implicava em várias outras coisas que eu tinha de resolver, que me tiraram muito tempo do estudo do xadrez, antes de começar o torneio em Campinas. Esse problema se resolveu na véspera de eu viajar, no dia 10. Quando começou o torneio, havia variantes que eu tinha de melhorar, isso me tomou muito tempo e me causou muito desgaste, por isso, em algumas partidas, eu joguei sem a força máxima. A partida do Name foi um exemplo.
Rádio Xadrez - Qual foi a reação dele ao vê-lo oferece empate tão cedo, em apenas 14 lances?
HM – Mas não é cedo! Uma vez, no Rio de Janeiro, um pouco antes de 1987, havia um homem que era o favorito para um torneio, tinha sido bicampeão brasileiro; e havia outro jogador não favorito. Estavam jogando e o franco favorito fez um lance muito ruim e o outro ofereceu empate. Aí ele disse assim “não vou empatar, porque fiz esse lance ruim e mereço perder”. E ele acabou perdendo mesmo. Lembro disso muito bem e abominaria estar na posição do que perdeu. Se estivesse no lugar dele, eu teria aceitado o empate correndo, já que o risco de perder era muito grande. Então não fiz o que ele fez, fiz ao contrário. Não queria risco de perder. Eu tinha jogado mal, mas pensei comigo: ‘vou ter uma nova chance amanhã e talvez jogue melhor’.
Rádio Xadrez - Mas você notou que o Name ficou muito surpreso com sua oferta de empate?
HM – Ele aceitou imediatamente. E um amigo meu me disse que ele ficou muito contente.
Rádio Xadrez – Você analisou esse empate com o auxílio do computador?
HM - Não, não analisei e nem quis. Fiz questão de nem olhar. Mas a posição era claramente superior para ele, eu teria de trocar o Bispo, então seria melhor para ele. Eu não queria risco de derrota e ofereci empate, ele aceitou imediatamente e eu achei que teria chance nos próximos dias.
Rádio Xadrez – É interessante essa sua análise porque diverge da opinião do computador. Ele não vê essa inferioridade que você afirma que estava...
HM - Como não vê? O que ele diz? Diz que a posição está igualada?
Rádio Xadrez - Sim, totalmente igualada.
HM - Zero, zero, zero?
Rádio Xadrez – Na verdade, o Houdini avalia como -0.11. Mas ainda considera a posição equilibrada.
HM - Mas quanto tempo você o deixou funcionando, quanto tempo?
Rádio Xadrez - Estou com ele aberto há cinco minutos. Ele está sugerindo o lance c5 para você, na posição em que empatou. Não sei se você lembra...
HM - Não, não me lembro. Essa posição tem sofrimento muito grande, eu estava fazendo os planos todos errados. Eu não sabia que ele ia jogar tão bem. Eu fiquei muito chateado, eu pensei que a posição era bem mais que -0.11 para ele; pensei que era, sei lá, -0.50 para ele, pelo menos.
Rádio Xadrez – E os outros Grandes Mestres não comentaram nada com você sobre esse empate? Não acharam estranho?
HM - Sim, alguns perguntaram para o Tiago [Tiago Rodrigues, seu assistente] se eu estava doente. Mas isso é simplesmente um exemplo claro do que eu disse: quando Jesus me curar totalmente, o que espero com grande fé que seja em breve, vou jogar no mesmo nível que jogava antes ou em um nível muito próximo desse. A miastenia fez com que eu baixasse de nível em alguns jogos, não podendo jogar na força máxima. Há poucos dias, um amigo meu me escreveu e disse: “meus parabéns! Fiquei muito feliz por você. Na sua partida contra o Mareco, você jogou como jogava na década de 70”.
Rádio Xadrez – Sabemos que os jogadores teoricamente mais fracos podem decorar alguns lances e jogar relativamente bem uma abertura contra um Grande Mestre. Em que momento esse jogo com o Name saiu da teoria para você? Até onde você conhecia?
HM - Eu não estava em um dia bom, compreende? A pessoa quando tem uma doença assim não consegue raciocinar com a força total.
Rádio Xadrez – Essa queda de rendimento, devido à doença, também se repetiu nas partidas contra os MIs?
HM – Sim, na partida com o MI Edson Tsuboi também joguei uns planos errados e acabou que eu não tive chance de ganhar. Na partida com o MI Dragan Stamenkovic, ele conseguiu bloquear a posição logo nos primeiros lances e provavelmente iria repetir três vezes a mesma posição, então ele ofereceu empate e eu resolvi aceitar, porque eu tinha esperança de ganhar a última partida e chegar em segundo lugar.
Rádio Xadrez – A miastenia gravis é semelhante à depressão? Você tem algum laudo médico sobre ela?
HM - A miastenia dá depressão, porque afeta todos os músculos do corpo. Quando eu morei no Rio de Janeiro e estava muito mal, eu sofria tanta fraqueza nas pernas que, quando não tinha ninguém no elevador, eu descia sentado, não conseguia ficar em pé. Agora não é assim, eu corro quatro quilômetros, como corri ontem, sem problemas, porque as pernas não estão mais sobre ataque direto, não são mais o órgão mais afetado.
Rádio Xadrez – Você não acha que lhe faltou inspiração nos jogos contra os jogadores mais fracos? Se todas as partidas fossem contra Grandes Mestres, você teria mais gana, mais empenho em jogar?
HM - Não, o caso não foi esse. É que o Dragan e o MI Diego Berardino conseguiram igualar totalmente as partidas. Se você tenta forçar uma partida totalmente igualada, geralmente você fica inferior. Na partida contra o Berardino, não foi trocada nenhuma peça e era tudo teórico, segundo o Tiago me disse. O Berardino é um jogador muito bom, com cerca de 2500 de rating FIDE, enfim, eu não queria correr risco desnecessário. Não se deve forçar o que é totalmente igualado. Não se deve querer ganhar a todo custo porque a gente pode perder.
Rádio Xadrez - Você também empatou relativamente rápido contra os GMs Rafael Leitão e Giovanni Vescovi, porém jogou mais e venceu os GMs estrangeiros. Você tem receio de enfrentar GMs brasileiros?
HM - Não, não. Inclusive, contra o Vescovi, ele mesmo me disse que eu estava um pouco melhor. Mas eu achava que estava muito bem no torneio, então o empate era bom para mim, porque eu esperava ganhar todas as partidas contra os jogadores de rating mais baixo e isso não aconteceu, como eu já disse. Só na última partida eu já estava recuperado e joguei com força total.
Rádio Xadrez - Qual foi sua melhor partida em Campinas?
HM - Essa mesmo contra o GM Sandro Mareco, da Argentina.
Rádio Xadrez - Você tem algum tipo de superstição com relação a jogar no dia do seu aniversário?
HM - Não, nada disso. Vamos botar cada coisa no seu lugar. É verdade que, no dia 23 de janeiro de 1971, tive uma partida suspensa contra o GM Robert Hübner, da Alemanha. Inicialmente, ele estava um pouco melhor, mas eu virei o jogo e fiquei melhor, em um final de Damas. Só que eu acabei perdendo aquela partida. [Nota: Após ler a entrevista, Mecking nos enviou uma retificação por e-mail, dizendo que venceu esta partida citada contra o Hübner e que, em toda sua carreira, jamais perdeu para este jogador. O retorno da partida suspensa ocorreu em 23 de janeiro, dia de seu aniversário].
Rádio Xadrez - Olhando sua base de dados, é possível ver que você não teve bons resultados no dia 23 de janeiro. Inclusive, nos bastidores do torneio em Campinas, havia um boato de que você temia perder neste dia e por isso ofereceu empate contra o Name...
HM – Mas isso não é verdade.
Rádio Xadrez – E sua derrota para o GM Victor Korchnoi, no Torneio de Candidatos, também foi em 23 de janeiro...
HM - Sim, eu sei. Foi quando eu perdi a primeira partida para ele. Era 23 de janeiro, mas eu não sou supersticioso.
Rádio Xadrez – Não é que eu queira te colocar medo, mas também teve aquela derrota para a chinesa WGM Hou Yifan, no Torneio Corus, em 2009, coincidentemente em 23 de janeiro. Não seria este um bom dia para o xadrez?
HM - Isso eu não me lembro. Você tem certeza que foi no meu aniversário? Tem certeza?
Rádio Xadrez – Tenho, mas não quero te assustar...
HM - Não, tudo bem. Os católicos não são supersticiosos. Eu poderia jogar no dia 23 de janeiro até contra o campeão do mundo, com as peças pretas, e isso não me amedrontaria. Isso é uma coincidência. Eu não joguei com o Name pensando nisso. O que ocorreu é que, quando eu vi que estava jogando muito mal, eu resolvi oferecer empate.
Rádio Xadrez – Mas é verdade que você não comemora seu aniversário?
HM – Não comemoramos. Eu estava ligado no torneio e queria era jogar o torneio. Tanto que, na última partida, eu estava bem recuperado e joguei bem direitinho contra o Mareco.
Rádio Xadrez - Quais serão seus próximos torneios? Você continua com o plano de ser novamente um dos melhores do mundo?
HM – Não vou dizer que será o próximo, mas eu irei jogar, em maio, na Espanha, um torneio fechado na Ilha de Gran Canaria. Eu tenho aqui a lista dos participantes e posso te dizer os confirmados, você quer?
Rádio Xadrez – Claro! Diga, por favor, em primeira mão para a Rádio Xadrez.
HM – Bem, serão dez jogadores, em um torneio fechado. O rating mais alto é o do GM Francisco Vallejo, da Espanha. Se não me engano, ele tem 2698 de rating, não sei se mudou.
Rádio Xadrez – Creio que é por aí mesmo, mas ele já teve mais de 2700...
HM - Sim, eu sei. E ele já ganhou do Kasparov também, não é isso?
Rádio Xadrez – É verdade. Ele está mal no torneio de Gibraltar (Tradewise Gibraltar Chess Festival), ontem ele perdeu para uma jovem jogadora...
HM - Como é o nome da moça?
Rádio Xadrez - Não vou lembrar o nome agora, mas foi um resultado surpreendente. Diga-me quem serão os outros jogadores em Ilhas Canárias.
HM – Os GMs Julio Granda, do Peru [2615], Markus Ragger, da Áustria [2615], Hertneck, da Alemanha [2542]... você sabe como escreve?
Rádio Xadrez – Sei sim, obrigado. Pode continuar.
HM – O GM Stefan Kindermann [Áustria, 2515], se escreve com K. Você sabe como escreve?
Rádio Xadrez – Não se preocupe, pode dizer os outros.
HM – Eu não sei se o rating deles continua esses, você pode ver isso. Outra, que está jogando em Gibraltar também, é a GM Viktorija Cmilyte [Lituânia, 2526], é uma mulher. Você sabe como escreve?
Rádio Xadrez – Não, não sei. Diga-me.
HM – Cmilyte: “C” de Carlos, “M” de Maria, “I” de Inês, “L” de Luis, Y, “T” de “Tereza” e “E” de Ernesto. Ela está jogando em Gibraltar e parece que está bem, ganhou de vários Grandes Mestres. O outro é o GM Ramon Mateo [2446], da República Dominicana. Você sabe como escreve?
Rádio Xadrez – Olha, tudo bem, eu confirmo a grafia dos nomes depois, ok?
HM – Agora tem dois aqui que estão pendentes, não confirmados. Um é o MI Stefan Bromberger [2519, Alemanha] e a outra é a WGM Sabrina Veja [2333, Espanha], o rating mais baixo. Eles ainda não estão confirmados.
Rádio Xadrez - Você será o número três ou quatro por ordem de rating?
HM - Número quatro. Quatro. Quatro.
Rádio Xadrez – E irá com todo gás, com a força máxima para ser campeão?
HM - Sim, porque lá serão menos partidas, e a chance de eu me cansar é menor. Se Deus quiser e vou tomar todas as providências necessárias para isso. Em Campinas eu tinha problemas particulares e não tinha como evitar, entendeu? Tentei evitar, de todas as maneiras, para ter mais tempo antes do torneio, mas não teve como evitar. Agora será diferente.
Rádio Xadrez – Em que dia começa o torneio na Espanha?
HM - Já vou te dizer... começa em 12 de maio. Eu vou sair uns dias antes. O Tiago está aqui dizendo que ele também vai (risos). Ele já está dizendo aqui que ele vai também. Então lá pode ser a minha, vamos dizer, reentrada como um dos melhores do mundo, entendeu?
Rádio Xadrez – E já que você estará na Espanha, não pretende fazer um tour pela Europa e jogar mais torneios, como os mais jovens GMS brasileiros, Fier, Krikor e El Debs, estão fazendo?
HM - Quantos torneios eles vão jogar?
Rádio Xadrez - Acredito que em torno de quatro a seis torneios...
HM – O Fier e o El Debs? Os dois?
Rádio Xadrez - Os dois e depois o Krikor vai chegar também.
HM – E onde o Krikor vai encontrá-los? Onde?
Rádio Xadrez – Acho que vão se encontrar na Espanha e depois jogar o Aeroflot, em Moscou, um dos mais fortes torneios do mundo, você já ouviu falar?
HM – Sim, eu sei qual é.
Rádio Xadrez – E depois eles jogarão ainda Cappelle La Grande, na França. Está tudo no blog deles, são torneios fortíssimos que eles jogarão pela Europa. Você não pretende se juntar a eles?
HM - Em que mês é Cappelle La Grande? Em que mês?
Rádio Xadrez – Preciso checar, vou olhar no blog do Krikor e já te digo. Hoje, por exemplo, o Fier empatou com o GM Fabiano Caruana, aquele GM italiano que venceu o Leitão com um sacrifício de Dama na Olimpíada, você viu essa partida?
HM - Eu sei, estou sabendo. A partida do Fier e do Leitão também, eu vi as duas.
Rádio Xadrez – Achei aqui: Cappelle La Grande será em março, um pouco mais cedo do que seu torneio na Espanha...
HM - Ah, não, não. Isso não seria possível para mim. Mas, enfim, depois da Espanha, vamos ver o que acontece, não é? Vou jogar os Jogos Regionais de São Paulo também, vamos ver onde mais eu vou jogar. Esses jovens que estão na Europa, eles não vão vir para os Regionais?
Rádio Xadrez – Vão sim, muito provavelmente sim. Os Regionais são apenas em junho, não é?
HM – Julho, julho!
Rádio Xadrez – OK. Então, até lá eles já estarão de volta. Talvez vocês peguem o mesmo vôo na volta...
HM - É, quando eu ganhei o Torneio de Lodi, em 2006, na Itália, eu fiz 3,5 em 4 contra os GMs, e eram GMs fortíssimos. Na realidade, como eu já disse, desde que fiquei curado, desde que estou quase bom, as minhas duas melhores atuações foram em Lodi e, em 2002, na Olimpíada de Bled, na Eslovênia. Mas isso aconteceu porque, logo depois desses torneios, eu ia visitar os locais de aparição de Nossa Senhora em Mediugore, na Bósnia, porque eu sou muito devoto.
Rádio Xadrez – Sim, você já falou sobre isso aqui na Rádio. Inclusive, você viajou para lá na companhia da WMF Suzana Chang, não é mesmo?
HM – Em uma das vezes, sim. Então eu tive uma bênção muito especial já antes de chegar lá.
Rádio Xadrez – Dessa vez você pretende repetir a visita?
HM - Agora não tenho nada programado. Eu preciso é ir às Ilhas Canárias e fazer um bom torneio. Isso que estou pretendendo agora e essas coisas, esses problemas que eu tive aqui, como comprar apartamento e tal, já foram solucionados e não vão me atrapalhar mais.
Rádio Xadrez – Até mesmo a carteira de motorista, você já renovou?
HM – Sim, sim. Também já fiz isso.
Rádio Xadrez - Você falou dos melhores desempenhos que teve após sua cura. Não sei se você viu no Chessbase, mas eles estavam acompanhando também seu desempenho em Campinas e, com seus últimos empates, eles escreveram que foi decepcionante o seu final de torneio. Para você também foi uma decepção?
HM - Claro, porque eu posso jogar mais. Se não tivesse havido esses problemas antes, eu poderia ter checado melhor as variantes e me cansado menos durante os jogos, então teria chances de ter vencido o torneio. É o que pode acontecer nos próximos, não é? Eu tenho esperança de que Jesus vai me curar em breve.
Rádio Xadrez – Você quer dizer então que entrou em Campinas para ser o campeão, podia vencer a todos lá?
HM - Claro que eu queria o primeiro lugar e cheguei a pensar em determinado momento que iria conseguir. Eu já tinha passado por vários GMs, com excelentes resultados. Por isso que te digo, é necessário Jesus me curar totalmente para eu jogar todas as partidas com a força total e não somente algumas.
GM Rafael Leitão, campeão invicto em Campinas |
HM - Sim, ele fez um dos melhores torneios dos últimos tempos dele. O anterior, a Final do Campeonato Brasileiro Absoluto, não foi boa para ele. Ele perdeu, creio eu, 16 pontos de rating, e perdeu várias partidas também. Então, quer dizer, neste torneio de Campinas, ele conseguiu uma performance excelente. Ele conseguiu derrubar os adversários nos apuros de tempo deles, em várias partidas. Ele jogou muito bem.
Rádio Xadrez - Qual partida foi mais difícil para você, contra Rafael ou contra Giovanni?
HM – Ah, não sei... não sei dizer. Nas duas eu tive que ter muito cuidado.
Rádio Xadrez - No blog do Giovanni, ele faz um balanço e comenta particularmente sobre sua atuação. Você leu?
HM - Não, não li. Mas me diga o que ele diz sobre mim. Ele fala bem ou mal?
Rádio Xadrez – Resumidamente, ele elogia seu desempenho em alguns momentos, mas diz que, no final, faltou você confiar mais em si mesmo, faltou um pouco mais de combatividade...
HM - É porque eu tinha de me defender contra a doença. O problema é sempre a doença. Uma pessoa que não tem esse problema, não consegue se colocar na minha posição. É claro que eu estou quase bom, mas eu dependo de Jesus para me curar totalmente e, inclusive, não ter recaídas. Eu achava que talvez pudesse ganhar as últimas partidas e, ainda assim, ficar em primeiro lugar. Quer dizer, a história não é bem essa, de falta de vontade, de falta de confiança em mim mesmo, não foi isso. Realmente, a gente tem que saber nossa limitação. Eu tenho uma doença grave e não posso arriscar demais. No Torneio Corus [Holanda, 2009], contra um GM da elite, dos melhores do mundo, eu tinha uma partida boa e ofereci empate. Primeiro, ele rejeitou. Poucos lances depois, foi ele quem ofereceu empate e eu aceitei. Então ele me disse: “você estava melhor, eu conheço essas posições”. E eu disse a ele: ‘talvez estivesse melhor, mas só um pouquinho’. Mas ele continuou dando a entender que eu estava melhor. E então eu falei: ‘olha, já perdi muitas partidas neste torneio, não tenho como arriscar mais’. Se fosse na primeira rodada, eu arriscaria, mas eu não me via muito melhor naquela partida, entendeu?
Rádio Xadrez – Com relação à sua história e aquilo que você já fez no xadrez, você nota que seus adversários no exterior te respeitam mais do que os brasileiros?
HM – Não, não, todos eles são muito espertos. Não importa se brasileiro ou estrangeiro. Todos eles me viram jogar os Jogos Abertos do ano passado e os Jogos deste ano. Todos sabem que eu jogo bem melhor agora do que há um ano. Isso é claro que é uma graça de Deus. Na minha idade, à medida que a idade avança, a pessoa vai jogando pior. E o mesmo se diz em relação à miastenia gravis, quem não tem essa ajuda de Jesus e de Nossa Senhora, como eu tenho, à medida que passa o tempo vai piorando, então isso mostra claramente que eu estou totalmente na pista certa quando digo que vou voltar a ser um dos melhores do mundo. Porque, à medida que passa o tempo, eu fico mais velho, porém jogo cada vez melhor xadrez. Essa ideia, todos sabem, tanto os brasileiros quanto os estrangeiros, inclusive pela maneira como eles me tratam.
Rádio Xadrez – Como é que te tratam?
HM - Eles me tratam diferente. Por exemplo, durante toda a partida, no oferecimento de empate ou até no cumprimento, eles sabem que estou melhor. Uma vez, no Torneio Najdorf [2001, na Argentina], acabou um jogo e o Korchnoi estava analisando com outros GMs. Havia quatro Grandes Mestres analisando. Eu sabia, perfeitamente, pela maneira como Korchnoi falava com eles, quem ele achava que era o número um, o dois, o três e o quatro. Eu sabia claramente. Eu era o número dois daqueles GMs, no pensamento dele, entendeu? Só pela maneira como ele tratava aquelas pessoas eu já sabia. Ele não disse nada, mas era evidente que o número 1, na opinião dele, era o Radjabov [GM Teimour Radjabov, Azerbaijão, 2744]. O três e o quatro eram outros dois.
Rádio Xadrez – Você quer dizer que hoje em dia não existe respeito pelo que você já fez, apenas respeitam pela força do jogo atual?
HM – Sim, mas hoje me respeitam muito mais do que há um ano, simplesmente porque sabem que estou jogando melhor. Talvez o Mareco seja muito otimista, talvez ele não tenha, vamos dizer assim, um senso tão apurado da realidade, como os outros.
Rádio Xadrez – Você quer dizer que, na partida de vocês, ele arriscou demais? Como se cutucasse a onça com vara curta?
HM – Isso, porque ele confia muito no jogo dele. Talvez ele tenha, vamos dizer assim, tomado riscos excessivos.
Rádio Xadrez – Você viu que o Korchnoi ganhou do Caruana, em Gibraltar?
HM - Sim, é o que eu sempre disse: ele tem 21 anos a mais do que eu e, se ele pode ainda, eu também. Uns seis anos atrás, ele ganhava grandes torneios, eu também posso fazer isso, porque sou 21 anos mais jovem do que ele.
Rádio Xadrez - Já viu o livro em que ele fala de você, do match em Augusta [Chess is my life - Editora Arco, 1978, páginas 93 a 96]?
HM - Não vi, não. Não sei o que ele fala de mim, se é bom ou ruim.
Rádio Xadrez - Um ouvinte da Rádio Xadrez nos mandou a citação, após ouvir sua entrevista conosco, que diz que Korchnoi discordava das críticas que Petrosian lhe fazia e chegou até a escrever no livro que você jogou melhor do que ele no match todo, só perdendo porque tinha menos experiência...
HM - Sim, sim, isso é verdade. E também eu deveria ter ido com um segundo melhor. Naquele tempo, era muito importante a análise suspensa, entendeu? Na 1ª partida, eu estava de pretas, mas eu suspendi em uma posição que acredito que era ganhadora para mim. Aí eu não tinha quem analisasse com toda, toda, toda correção, e ele recuperou-se por isso.
Rádio Xadrez - Hoje você tem o Tiago Rodrigues, seria diferente?
HM - Não, não. Hoje tem computadores, por isso não há mais partida suspensa.
Rádio Xadrez – Só para você saber, o ouvinte que enviou a citação do livro foi o Mauro Andreata, de Goiás.
HM - Está ótimo. Agradeço a ele.
Rádio Xadrez - Então, obrigado Mecking, vamos encerrar por aqui, eu farei uma matéria no blog...
HM - Muito obrigado a você também. Obrigado pela chance de dar essa entrevista. Estou muito feliz porque você e todos os ouvintes vão saber exatamente o meu ponto de vista e torcer para eu ser feliz nos próximos torneios, muito obrigado.
[Por Tiago A. dos Santos]
34 comentários:
Tads,
Novamente uma excelente entrevista, lúcida, coerente e no momento certo!
Muitos ficaram sem entender o porque dos resultados das últimas rodadas em Campinas, e o Mequinho explicou com toda a clareza.
Continuem com o excelente trabalho de divulgação!
E ao Mecking, saúde e paz!
Abraços,
Não vou entrar no mérito da fé que Mecking tem, méritos dele! Mas a insistência em misturar as coisas do xadrez com dogmas irrita, e mais, os fatos que ele revela, tais como estar inferior nas partidas, pergunto? Que espécie de análise ele faz? Será que quando estuda utiliza todos os recursos da informática? Confunde as bolas. De engines, chessbase, e livros de abertura eu entendo. Me lembro quando Mecking disputou um torneio, blitz (internet - chessbase 5 minutos + 2, acho que foi esse o tempo) falamos ao telefone. Eu disse a Mecking, deixa parametrizado no software: a) quando houver promoção = dama direto, ainda; b) alguns lances, você pode responder antes da jogada do seu oponente, principalmente em algumas situações, porque são óbvias, e qual foi a resposta? "Não, não, porque se houver um situação onde posso promover e ter um cavalo e dar mate, etc".. Em resposta eu disse, "para com isso, a situação que você visualiza é 1 em 1.000.000, você vai perder no tempo", enfim, e dito e certo, perdeu no tempo algumas partidas. Teimosia, sei lá o que, está difícil entender o que Mecking deseja transmitir.
Acredito que o Mequinho deveria fazer um visita ao Ex Vice-Presidente José Alencar para aprender um pouco de sobre coragem e de fé na vida, a doença é uma desculpa muito confortável para tudo.
Ele já foi o melhor jogador do Brasil, agora precisa melhorar muito para ser um bom jogador e tem aceitar isso é fazer o melhor, estudando muito e sem frescura!
Se ele acredita mesmo em Jesus, deveria ser mais corajoso e ter uma fé inabalável no seu jogo!
Com todo respeito, acho e sempre achei Mecking o nosso maior e melhor enxadrísta de todos os tempos e nos matches contra Petrosian e Kortchnoi ele foi simplesmente genial e o melhor, mesmo tendo perdido! Reputo a sua derrota ao fato de não ter nenhum apoio psicológico, físico, técnico nem nada. Ele só tinha a si mesmo e sua capacidade. O seu segundo, o Herbert, não tinha a mínima capacidade de estar naquela posição, mas foi devido a um lance de amizade e companhia ao nosso Mequinho. Na questão das análises de partidas suspensas, os russos iam dormir enquanto uma legião de GMs analisavam a noite toda e entregavam as respostas de mão beijada. O Mequinho, se quisese compreender melhor a posição, tinha que ficar acordado analisando e no outro dia ia ter que jogar, isso foi demasiadamente desgastante, fruto de morar em um país de quinto mundo sem apoio nenhum ao xadrez, à cultura, à educação, etc
Na minha modesta opinião, acho que as indecisões, as inseguranças, as depressões que hoje assolam nosso querido gênio, são resultados ainda daquela época, das pressões que ele teve que suportar, do tremendo esforço mental que teve para chegar àquela condição de desafiante do campeão mundial. Os mais novos e os mais velhos teem que tirar o chapéu e respeitar muito essa pessoa que nos representou tão bem, e nos encheu de orgulho naquela época. Viva Mequinho, saúde Mequinho, alegria Mequinho!!! Mesmo que você não volte a ser aquele grande mestre de antigamente, não tem importância, você já nos provou tudo!!!
Sérgio Cezar - o Sizar de Araçatuba SP - www.sizar.com.br
Oi Tiago,
Já li a entrevista, gostei muito do jeito que voce fez as perguntas. Apenas acho que insistiu muito sobre o Name. Poderia ter perguntado se ele não sentiu "falta de inspiração" ou cansaço com os GMs. Por exemplo, me parece que ele ofereceu empate com o Flores, me parecia que ele não estava muito bem na partida. O Flores foi em frente e tomou um espetacular contra-ataque. Me parece que ele só ganha quando tem que jogar de verdade.
Não quero menosprezar o Mequinho, de jeito nenhum! Ele sabe mais de xadrez que qualquer um! Mas os nervos dele continuam fazendo efeito em suas partidas.
Todo mundo sabe que quando um jogador mais fraco está superior, não é garantia de vitória (segundo o Justo Chemin, capivara não tem garantia, nem de noite nem de dia ...). Inúmeras vezes vemos isto acontecer, mesmo com jogadores com rating de 2.300.
A entrevista foi muito boa, percebi seu cuidado de redigir da forma como efetivamente aconteceu.
O Mequinho é um mito, sem dúvida. Comprei recentemente o livro dele com o Adriano Caldeira. Pena que pouco texto. Faltam textos sobre xadrez! Ainda bem que a Rádio Xadrez se preocupa com este outro lado, o lado "b", por que de técnica já existem excelentes livros por aí ... falta o lado humano (na coleção "Meus Grandes Predecessores" o Kasparov recheia as partidas com os aspectos psicológicos. Isto é muito importante para se compreender melhor o jogo de xadrez).
Valeu!
Abraço,
Léo
Sei que o Mequinho fez pelo xadrez brasileiro mais que qualquer um, falando em divulgação na midia, mas esta ´estoria` de que a doença afeta dia sim outro não já encheu o saco de ouvir dele...............
Se o Mequinho tivesse nascido nos EUA, sua vida já teria virado um ótimo livro e um filme de sucesso. Teria sido o segundo maior de lá. Mequinho, assim como Fischer e Tal é uma lenda.
Maluco_do_natal
Léo, obrigado pelo comentário! Aprecio bastante suas opiniões.
Dei uma insistida sim na partida com o Name porque foi a que causou maior surpresa: 400 pontos de diferença e um empate em 14 lances, não é todo dia, né!
Sobre oferecer empate com o Flores, eu não sabia, deveria ter investigado mais. Mas legal por ter nos contado!
Abraços,
Tiago
@tasantos
Comentário do GM Rafael Leitão, via twitter (@RafPig):
Excelente a entrevista. Mequinho ainda joga um xadrez de alto nível e é respeitado por todos, tanto pelo que fez, quanto pelo que ainda faz. Mas não sabia que o Kindermann era "moça"...
Pig, satisfação em receber um comentário seu. O "é uma mulher" era sobre a jogadora seguinte, Cmilyte, eu provavelmente me confundi. Já arrumei lá. Obrigado pela deixa! :)
Mequinho continua falando sempre as mesmas coisas,sempre achando os erros nos outros.È uma cópia piorada de Fischer e pelo jeito esta indo pelo mesmo caminho da loucurada dele.Ano que vem faz uma nova entrevista com ele e vais ver que ele Vai falar-exatamente igual a este ano!E o rating deve ficar igual ou pior aeste ano.Se nao largar no meio caminho de novo,que é bem provável.Larga este negócio e parte para outros.TEu tempo acabou .aceita isso!Mequinho----Ta na hora de tu largar o xadrez!!!
Tiago, parabéns, ficou muito bom. As suas perguntas têm coerência e seguiram uma sequência lógica, achei ótimo.
(comentário enviado por e-mail)
Reproduzo aqui o que coloquei no blog do Vescovi:
O Mequinho está em fase de recuperação lenta e gradual da sua doença(s). Olhando de fora não se entende estes empates, mas quem joga e já tem certa idade sabe que existem fatores fisicos e psicológicos que as vezes fazem a gente mudar de estratégia, xadrez não é só esporte mental, é também fisico e psicológico. E isso influencia muito em torneios fortes de longa duração. Não sei se estou enganado mas ele deve ter sido o mais velho deste torneio. A estratégia do Mequinho não é a curto prazo, ele tem um objetivo bem definido para seu retorno e aos poucos as coisas vão acontecendo, passo a passo, devagar e sempre. Nós Brasileiros somos muto imediatistas, é inconcebível exigirem dele o que se quer (ser o melhor sempre e o tempo todo) . Deixem ele a vontade sem pressão e os resultados virão. Estamos torcendo muito pela sua volta. Ele tem uma missão muito especial para realizar e com certeza vai chegar lá. []'s
Salve salve amigo Tiago.
Vamos fazer a chamada no CXOL com sua entrevista com o Mecking. Parabéns por mais uma reportagem com nosso top GM.
(comentário enviado por e-mail)
Radio xadrez, parabens pelo trabalho!
Sobre os comentarios deste post. É "engraçado" que existem aqueles que nao sabem fazer uma critica.
E surgem varias palavras que me lembra o que tem dentro de um lixo.
E o mais "engraçado" ainda, essas mesmas pessoas exigem respeito e compreensao.
Meu que bela entrevista do Tiago, demonstra um profissionalismo e tanto.
Em particular, não conheço muito o jogo do Mecking, mas acho estranho o criticarem dizendo que ele coloca sempre as mesmas desculpas, acho que deveriam colocar-se no lugar dele, por tudo que ele foi, tudo que ele passou e talvez ainda passe.
Tiago,
Parabéns pela bela entrevista, muito esclarecedora. Estaremos torcendo pela plena recuperação de nosso GM (Grande Mecking).
Abraços!
Luiz H.
Quem pode viver na década de 70, teve a felicidade de ver este gênio em ação.
Respeitado no mundo todo.
Quando tivermos que fazer algum comentário a seu respeito, devemos no mínimo ter o máximo de reipeito por esta lenda do xadrez mundial e pensarmos nas palavas que usaremos para qualificarmos, mequinho é um vencedor no tabuleiro e fora dele. Um grande abraço Grande Mestre, tem desejo melhoras.Anibal
Gostei muito da entrevista, parabéns !!
Torço muito pelo Mequinho.
Grande Mecking! Parabéns pelo belo torneio que fez em Campinas! Mostrou que é muito capaz em ganhar qualquer Grande Mestre. Soube ser humilde ao reconhecer as boas posições de adversários "teoricamentes inferiores". O Mecking mostrou que joga conforme a posição do tabuleiro e não especula contra adversários supostamente inferiores - não arrisca tanto, por isso terminou o torneio sem perder.
Em primeiro lugar, quero parabenizar o Tiago pela Rádio Xadrez e aos organizadores deste Memorial homenageando o Antonio Rocha - outro grande nome do nosso xadrez. E por último, gostaria de dizer ao Mequinho, que ele não precisa provar mais nada, pois sempre será o maior jogador de todos os tempos em nossos corações e mentes!!!
Abraço fraterno,
edson sarmento - Vale do Paraíba
email: edsonlmsarmento@gmail.com
Pessoal, após ler a entrevista, Mequinho enviou o seguinte comentário por e-mail:
"Tiago: Parabéns pelo grande sucesso que têm tido as entrevistas. Estou muito contente com isso. Eu ganhei a partida do Hubner , no dia do meu aniversário. Ela tinha iniciado no dia anterior , ficado suspensa, e foi concluída no dia do meu aniversário. Eu jamais perdi para o Hubner. Por favor , retifique , dizendo que eu venci o Hubner. Obrigado , um abraço do Mequinho"
Portanto, atualizarei o texto com a informação correta.
Abraços,
Tiago
@tasantos
OBS:.
O Memorial Rocha esteve sobe os cuidados da FPX e o diretor era o José Alberto.Porem o patrocinador e amante do xadrez brasileiro é o Dr. Gilberto De Nucci.
Até a próxima etapa do Memorial em 2012!
Asta la vista ...
È muito facil criticar o Mequinho, mas queria ver quem chega na idade dele e calcula tantas variantes.
Luiz Thiago
Torço sempre para o Mequinho... Ele não precisa provar mais nada! Venceu dois interzonais fortissímos... Esteve entre os melhores!!!
Mequinho,gênio do xadrez!!Ùnico sulamericano com reais chances de disputar um título mundial nos anos70.Venceu vários campeões mundiais,e pretendentes tb.Eu acredito em tua recuperação!Salve Mequinho maior enxadrista do Brazil!
Muito extensa e cansativa a entrevista...
Primeiramente parabéns pela belíssima entrevista e continuo aqui na torcida pela recuperação de nosso GM.Agora como pode ter pessoas que conseguem criticar nosso Mequinho ?Já esperimentaram se imaginar no lugar dele,com sua doença que quase tirou sua vida?Se acham fácil criticar nosso GM, tenta um dia na vida ganhar de Korchnoi! Não vou falar de Smyslov e Tal pois já se foram....
Não suporto isso, tantas críticas maldosas para uma personalidade que marcou definitivamente o desporto brasileiro.
Esta é para o Tiago e para o Leandro: Vocês já viram alguma foto do Mequinho contra o Fischer?Eles jogaram em Palma de Mallorca e em Buenos Aires, mas não consigo encontrar nenhuma foto deles na net.Vocês teriam tal relíquia? Abraços...Prof Raul, Suzano/SP
Raul, eu tenho um recorte de jornal (Folha de S. Paulo, salvo engano) que noticia o provável "match" entre ambos. Entretanto, não havia foto dos dois juntos neste jornal.
Se alguém tiver uma foto de Fischer e Mecking jogando, seria legal divida-la conosco aqui :-)
Abraços!
Tiago
@tasantos
Vou já escrevendo em letras maiúsculas: MEQUINHO NÃO TEM MAIS QUE PROVAR NADA A NINGUÉM! Ele sempre continuará a jogar xadrez enquanto viver e ninguém tem o direito de pedir para ele parar! Quem não consegue enxergar quem é Mequinho é porque não consegue extrair de sua obra o que é ser um verdadeiro jogador de xadrez. Esses críticos que só sabem cobrar, me desculpe a franqueza, são verdadeiros analfabetos de xadrez. Aquí também vale o ditado: " Poucos nasceram para serem autênticos em sua arte e muitos nasceram para não passarem de meros apreciadores."
o Tiago porque voc6e nunca escreve sobre o que acontece com a FPX? http://bloguinhodomelo.blogspot.com/
O que ocorre com a FPX? Será que é a mesma coisa da federação gaúcha?Ou de muitas outras?Xadrez tem de ser mais transparente,sempre se omitem muitas cosas...........Um dia a coisa melhora!??
Eu ja li entrevistas francas, mas essa não foi uma delas. Essa foi irônica e desnecessariamente agressiva. Achei desrespeitosa, mesmo. Talvez o entrevistador devesse ter tido para com ele a humildade e o tom respeitoso que ele teve para com o entrevistador. Quero ver quantos daqui manterão, aos 60 anos, essa disposição de jovem iniciante. Nem entro na questão de ter passado pela doença que ele passou, e da qual ainda se ressente. Em se tratando de xadrez, o Brasil só teve um grande nome, e é o dele, Mequinho, que construiu sua reputação nesse 12o mundo, sem acesso a material, treinamento e nem recurso algum além da própria genialidade. Respeito, camaradas. Ao menos isso.
Ao último Anônimo, obrigado por registrar sua opinião. Um abraço!
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