Krikor e Pablyto no Aberto de Fortaleza |
O motivo do surgimento deste questionamento foi a utilização recente de critérios questionáveis pela maioria dos jogadores em torneios de abrangência nacional. Os dois exemplos que mais chamaram a atenção foram os do Aberto do Brasil de Rio Preto e do Brasileiro Feminino.
O critério mais combatido foi, sem dúvida, o maior número de partidas com as peças negras. Apesar de o seu uso ter sido recomendado pela FIDE, não é possível crer na sua superioridade como "mais justo" frente a outros critérios, como os milésimos medianos ou o sonneborg-berger.
Terao venceu o Brasileiro Feminino (Foto: Xadrez Total) |
A vantagem em se jogar de brancas, inclusive, dilui-se ainda mais quando o torneio abrange uma extensa faixa de ratings e conta com a participação de enxadristas de diversos níveis. Quanto menos gabaritados os jogadores, menor é a possibilidade de a posse do primeiro lance ser um fator decisivo para a vitória.
Além disso, há o fato de a maioria dos eventos no Brasil serem realizados pelo sistema suiço, em um número ímpar de rodadas (normalmente 7 ou 9). Neste caso, o maior número de partidas com as peças pretas como critério de desempate passa a funcionar ainda mais como uma disputa de cara ou coroa, já que o jogador depende basicamente da sua própria sorte para jogar uma partida a mais com uma das cores.
GM Rafael Leitão, crítico da recomendação da FIDE |
Logo, é bem provável que, seguindo esta mesma lógica, a CBX tenha lançado o comunicado 02/2012, deixando a cargo dos organizadores a escolha dos critérios, sem impor na prática a recomendação da FIDE.
A única dúvida que paira no ar ainda, porém, é sobre o que levou a FIDE a recomendar o desastroso critério. Com ele, a popularidade das peças pretas, sempre relegadas a segunda opção, irá com certeza aumentar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário