Não faltou emoção na última rodada do Torneio Pré-Olímpico Feminino, no domingo à tarde, no Clube de Xadrez São Paulo. Com mais de 10 jogadoras com chances matemáticas de classificarem-se para a Olimpíada, os jogos decisivos da 7ª rodada foram marcados por muita concentração e dedicação, elevando o nível de estresse no salão de jogos.
Até duas horas após o início dos embates (o ritmo de jogo era de 1h30 nocaute com mais 30 segundos de incremento por lance), nenhum jogo das primeiras mesas havia terminado e o público que preferiu comparecer ao local — em vez de assistir à primeira partida da final do Campeonato Paulista de Futebol, entre Santos e Santo André — pôde ver muita luta, nervosismo e até choro com os resultados que iam surgindo.
Foto: AI Pablyto Robert
Luta e combatividade não faltaram para a vencedora do torneio, WMF Juliana Terao (foto), que, mesmo podendo empatar a última rodada para sagrar-se campeã, jogou até o fim contra a teoricamente mais experiente WMI Jussara Chaves, fez o ponto e "ajudou" as outras jogadoras que disputavam vaga.
O resultado de Terao foi uma das primeiras surpresas no torneio a indicar que uma renovação olímpica estava a caminho (não a vitória na partida, mas, sim, a demonstração de respeito às demais jogadoras concorrentes, levando o jogo com seriedade até o fim). Depois veio a vitória de Ana Paula Oliveira sobre a WMI Regina Ribeiro, desbancando de vez a velha guarda do xadrez feminino brasileiro.
Jaqueline Pamplona empatou - no tabuleiro, cabe frisar - com a WMF Amanda Marques, e o resultado levou-as à classificação. Vanessa Gazola venceu Danielle Mora e também se garantiu, se tornando a representante do Brasil mais experiente entre as cinco que irão a Khanty-Mansiysk (Sibéria/Rússia), com 29 anos completos em 2010 e uma participação em Olimpíada na bagagem.
Confira a Classificação Final, após 7 rodadas, no site oficial do AI Mauro Amaral.
Confira a Classificação Final, após 7 rodadas, no site oficial do AI Mauro Amaral.
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A Rádio Xadrez parabeniza, primeiramente, as 36 mulheres que disputaram o torneio com seriedade e empenho, mostrando um jogo em ascensão e, mais que tudo, uma grande vontade de representar o País com orgulho numa competição internacional. Tanto as jogadoras da velha guarda ou velha geração, como foi dito aqui, quanto as mais novas e iniciantes mereceram nosso respeito e admiração por honrarem o xadrez feminino brasileiro.
Torcemos para que todas continuem jogando com regularidade, evoluindo e marcando presença não só em competições femininas, mas absolutas também, para que o xadrez feminino, aliando juventude e experiência, possa crescer junto com o xadrez do País. A renovação que a Olimpíada de 2010 irá trazer não divide, de forma alguma, o xadrez feminino em dois mundos. Pelo contrário, mostra a força de ambos os lados e prova que nosso País só tem a ganhar com a qualidade de jogo que surge desse saudável embate.
Às cinco representates brasileiras: parabéns pela conquista! Estamos na torcida por bons resultados na Rússia!
[Por Tiago A. Santos (@tasantos)]
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